Crianças que se comportam mal em público
A situação não é fácil de gerir, uma vez que há toda uma plateia pronta para avaliar, dar sugestões e tecer comentários.
Essa pressão social, em muitas situações faz com que os Pais não consigam manter a cabeça fria e sejam capazes de agir de um modo assertivo. É imprescindível atuar com carinho, intuição e com suficiente assertividade para não ferir a autoestima, já que a cena pode resvalar para uma humilhação pública. Não ceda à tentação de aplicar a “palmada pedagógica”, porque essa estratégia poderá dar resultado no momento, mas não será eficaz a longo prazo. A punição física não educa, fere e deixa marcas internas e o mesmo acontece com os insultos do tipo “és um animal”, “não sei o que fiz para merecer um filho assim”.
Aja no momento (veja a estratégia que lhe proponho) e posteriormente, quando o seu filho estiver mais calmo mostre-lhe claramente o seu desagrado . Um semblante que demonstre deceção ou tristeza, é às vezes suficiente para que a criança perceba que fez algo errado. Dizer “estou triste contigo”, ou “agora não me apetece brincar contigo porque te comportaste mal”, pode surtir mais efeito que um sermão prolongado. As crianças gostam de sentir que agradam aos adultos, portanto não se vão mostrar indiferentes a esta medida. Contudo é preciso deixar sempre claro que o que o/a está a deixar triste é o comportamento do seu filho, e é isso que desaprova, mas o seu amor por ele é incondicional (exemplo : “a mãe desculpa-te porque gosta muito de ti, mas não gostei daquilo que fizeste”) .
Estratégia de “Antecipar problemas”
Lembre-se que uma criança cansada tem tendência para fazer birras, posto isto, se as saídas ocorreram ao fim do dia aumentam as probabilidades de haver problemas
Cumpra as promessas (ex. se disse à criança que iam ao Centro Comercial e lhe comprava um determinado brinquedo, vai ter de cumprir)
Seja clara nas regras. Dizer “Vamos ao hipermercado mas não quero que te comportes mal “ , é uma ordem confusa. Opte por “Vamos ao hipermercado mas só tiras as coisas das prateleiras se eu to pedir”
Elogie sempre que o seu filho cumpra as regras estabelecidas.
(este texto faz parte do meu último livro (“Educar com amor e firmeza“, editora Guerra e Paz, 2018 )